Mudanças do foco narrativo e final da história


Mudando o foco narrativo e o final da história
Um pequeno equívoco
Três horas da madrugada. Eu ainda permanecia no bar. O garçom teve que me carregar à porta de saída. Escorei-me em um ponto de ônibus e coloquei-me a pensar na vida. Na minha mulher, no meu filho e no emprego que havia perdido. Alguns minutos depois, tomei coragem e fui para minha casa, ou melhor, meu apartamento. Segui cambaleando, tropeçando, escorregando, caindo de vez em quando, mas segui. Quando cheguei no prédio, subi as escadas. Morava no terceiro andar, mas parecia que morava no vigésimo, tamanha foi a demora. A cada degrau que eu subia, descia dois. Com muito sacrifício cheguei. Nem mesmo estranhei encontrar a porta encostada. Era costume avisar à mulher que verificasse se todas as portas estavam trancadas. Entrei, fechei a porta, tirei os sapatos e fui para a cozinha. Abri a geladeira, bebi água no gargalo da garrafa. Estava com fome, abri o armário, nada encontrei. Fui ao banheiro. Olhei-me no espelho e ao ver meu rosto refletido no espelho, tive vontade de vomitar. Abri a braguilha da calça, levantei a tampa do vaso, e urinei no bidê. Ouvi uma voz estranha vinda do quarto. Era voz de homem. Fiquei imóvel por alguns segundos e esperei confirmação. Outra vez a voz, eu escutei. Pensei: aqui em casa não existe outro homem além de mim. Pensamento lógico. Naquele lar eram três: eu, minha mulher, e o meu filho recém-nascido. Fui até a cozinha, peguei uma faca e parti em direção ao quarto. Abri lentamente a porta e fiquei espreitando por um certo momento. Realmente havia um homem deitado na minha cama, e o que era pior, com a minha mulher. Desesperado, gritei:
            - Sônia, sua ordinária!
E a mulher me respondeu:
            - É a Joana, sua vizinha. Errou de casa novamente Juvenal, e quase me mata por isso?
Envergonhado, deixei a faca ao lado da cama de Joana e fui com a cabeça baixa para o apartamento do lado, averigüei se era o número do meu apartamento e descalço caminhei para o meu quarto, onde só havia minha mulher dormindo. 
Carolina Zuliani, Gustavo Perbone, Maria Laura A. M. Silva, Rafaella Silveira

“O SUICIDA”
 
Abri o armário e vi todos aqueles remédios, alguns com o prazo de validade vencido e outros que tinha comprado recentemente. Peguei um por um, sem nem ao menos ler o nome, e tomei. Não me importava com mais nada, eu só queria poder me livrar daquela vida nostálgica que me envolveu desde a morte de minha amada. Há exatamente um mês, eu perdi a razão da minha existência. E como se apenas isso não bastasse, fiquei tão desorientado que nem ao menos o que eu faço de melhor, que é escrever, conseguiu se tornar um refúgio de meu sofrimento. Perdi meu emprego. Há um motivo para viver? Comecei a sentir o efeito dos remédios. O torpor me invadiu. Deitei no chão e inconscientemente olhei para a estante. Vi uma foto minha e de minha mulher. De repente, encontrei sentido em tudo. Percebi que minha decisão fora a mais errada possível. Ouvi risadas no apartamento ao lado. O som da felicidade. A ponto de fechar os olhos, me arrependi.   
Ana, Arthur, Camila, Natália e Natalya e Gustavo.


O caso de Alcelina

Alcelina foi ao psicanalista e começa a ter um caso com o doutor, traindo seu marido que, desconfiado, contrata um detetive para seguir sua mulher infiel. Alcelina desconfia que estava sendo seguida e não continua com o doutor, separa dele e vai atrás do detetive para saber quem o contratou e começa a seduzi-lo. Eles  começam a ter uma relação escondida do marido. O psicanalista desconfia de algo, pois Alcelina nem começou sua relação com ele e logo o abandonou e depois de algum tempo vê Alcelina com outro e tenta descobrir quem é esse homem. Acaba descobrindo que é um detetive contratado pelo marido. Ele ficou com raiva e decide contar tudo ao esposo traído, que chateado com ela, termina o seu casamento.


 Crônica: Doce de Jiló

Certo dia um vendedor abriu seu mercado, como sempre fazia. Depois de algumas horas de trabalho um menino passa em frente sua venda e pergunta:
- Moço tem doce de Jiló?
- Não – responde o vendedor.
O menino agradece e se despede.
No outro dia o menino volta à loja e pergunta novamente:
- Moço tem doce de Jiló?
- Não, tem não – responde o vendedor
Então o menino agradece e se despede novamente.
Esse fato se repete por vários dias. O homem estressado, resolve então fazer este tal doce.
No outro dia o menino passa e pergunta:
- Moço tem doce de Jiló?
- Tem sim! – responde o vendedor.
Daí o garoto responde:
- É ruim né !?!?

Alunos: Gabriel Zanetti, Rafael Marcelino, Leonardo Inácio e Bruno Kenji.


Crônica:”Que Azar, Godofredo!”
   No auge de minha vida, aos 25 anos, me sentia perdida e solitária. Estava desempregada e doente, quando numa consulta de rotina descobri um tumor em meu cérebro.
   Andava pelas ruas, indiferente, parecia que os outros eram tão felizes e eu enfrentando esse difícil momento. Já havia pensado muitas vezes em suicídio, porém me faltava alguma coisa.
   Tentando de todas as formas ser feliz, optei por um cachorro, o Fred, que apesar da boa companhia, ainda havia um grande vazio em minha vida. Aos poucos Fred foi se tornando muito especial, um grande companheiro.
   Numa bela manhã de domingo passeávamos por uma avenida, quando deparei-me com um carro em alta velocidade. Fred, agitado, correu em sua direção, e de repente: “Paaaaah!”. Meu mundo desabou, o acidente havia sido fatal. Fred morreu.
   Voltei para casa, liguei o som e coloquei no volume máximo, estava triste, exausta e cansada da vida, então peguei a faca, segurei firmemente, e passei manteiga no pão!
Gabriel, Gabriela, João e Letícia.





O cachorrinho da madame.
                Para começar, não entendo esse título. Em minha opinião, o título correto seria :A madame do cachorrinho. Aquela senhora - tenho suspeita - deveria ser meio maluca, se dirigia a mim com uma voz melosa e suas palavras não faziam sentido. Caso ainda não tenha compreendido, sou o cachorrinho do título, prazer.
                Quando recebi a notícia de que tinha um novo lar, lati de alegria por dois dias inteiros, uivei de felicidade, e estampei minha mais fofa carinha para minha nova dona. Felicidade passageira a minha. A vida cercada de mimos, sim eu tinha. Mas não como o cachorro que era. Imagine! Nem um nome digno foi-me dado. Ricardo, veja só!  Como se eu fosse gente.
                Só queria privacidade! Seu colo tomou o lugar de minhas patas. O perfume me impedia de respirar. Não possuía cama, banheira ou tigela própria. Substituí o marido, O MARIDO! Encontrava-me num estado crítico e sem saída.
 Pô! Sou apenas um cachorro vira-lata. Não quero, e nem preciso de todas essas mordomias!
Maria Julia, Heloísa, Lara e Isabel. 9°B


Mudando o foco narrativo
Na fila
O verão havia chegado. O calor era insuportável.
As pessoas se abanavam nas calçadas. O asfalto queimava os pés descalços das crianças pobres.
Foi naquela tarde que Pedro teve a desdita de ir ao banco descontar uma quantia irrisória. Aquele cheque era a sua salvação no final de semana. Ao chegar no banco, não acreditou ao ver a fila que se formava diante do único caixa.
Pensou em voltar. A princípio não teve coragem de enfrentar a enorme fila. Mas pensou também em sua trágica situação financeira e resolveu encará-la.
O calor aumentava. O ambiente estava abafado. Uma senhora à sua frente carregava nos braços uma pequena criança que não parava de chorar. Atrás dele, um velho tossia constantemente. Outras pessoas reclamavam um pouco adiante. E tudo aquilo para receber míseros trocados.
Já se passara mais de meia hora e ele nem na metade da fila conseguira chegar.
O caixa, de quando em vez, bocejava. Seus movimentos eram lentos, lentíssimos, e aos poucos ia atendendo as pessoas.
A mulher à sua frente desistiu de esperar. Saiu com a criança em seus braços. Naquele momento sentiu um imenso alívio, pois o choro da criança era tão insuportável quanto o calor. E também era um a menos na fila.
Agora quem estava à sua frente era um homem de idade avançada. Chapéu de palha na cabeça, baforando um intragável cigarro feito a mão, chinelos de dedos nos pés e segurando uma sacola de um branco encardido.
Uma hora depois, ele já era o segundo da fila. O calor aumentava cada vez mais. Alguns minutos e ele já estaria na rua. Mas o incrível aconteceu. O homem à sua frente retirou de sua sacola um amontoado de notas velhas, surradas, algumas rasgadas, e entregou-as ao caixa, que lentamente conferia o dinheiro.
Meia hora já se passara. Enfim, chegou sua vez. Entregou o maldito cheque ao funcionário, que saiu de seu lugar e foi verificar se o cliente possuía saldo. Demorou. Voltou. E com o rosto vermelho de suor, disse ao homem:
-Sinto muito, meu senhor, este cheque não tem fundos!
                                                               (Carolina, Gustavo, Maria Laura, Rafaella)

O Bilhete
Teófilo era casado,
Mas já cansado
De ser exemplar
Resolveu a mulher abandonar

A esposa não se importou
O marido não aguentou
No que a vida dele se transformou
Ao regressar à sua casa
A mulher não encontrou

Chegando de uma comemoração
Eunice quase morreu do coração
Ao ver seu esposo Teófilo
Prometendo-lhe devoção
Ela disse que não

O marido assustado,
Foi por ela ameaçado
O bilhete que foi rasgado
Novamente foi elaborado
Depois desse acontecimento
O marido foi “chutado”
E o ato finalizado
(Carolina, Gustavo, Maria Laura, Rafaella)





Um vexame
Ultimamente tenho sido uma pessoa muito azarada, um fato sobre isso, foi na minha tão esperada festa de 15 anos que seria ao ar livre. Segundo os meteorologistas, não choveria naquele dia.
Arrumei-me toda, fiz tudo o que tinha direito, fiz escova, chapinha, maquiagem, unha, coloquei a roupa nova que comprei. Os convidados foram chegando, o banquete estava em uma mesa no jardim, estava tudo perfeito, como eu sempre sonhei.
De repente uma mudança imprevisível no tempo: uma chuva de granizo e ventos fortíssimos acabaram com a minha festa.
Foi um corre-corre: convidados reclamando, a tabua de frios e os salgados ficaram encharcados, sem falar da minha maquiagem e cabelo estragados.
Enfim, foi um VEXAME! Aquilo que sonhei e planejei durante muito tempo, foi tudo destruído num segundo...
Fiquei triste, frustrada e confirmou mais uma vez o meu AZAR.


No meio do caminho
Pegou a faca e dirigiu-se para o jardim. Sentou-se em um banco, enquanto segurava-a em suas mãos. Ao colocá-la em seu peito, pôs-se alguns segundos a refletir: “ tenho uma mulher e dois filhos que me amam, uma casa e um bom emprego. Será que é mesmo necessário? Será esta a solução?” Em meio aos seus pensamentos, escutou uma buzina.
O filho do vizinho chegava da escola e corria em direção aos braços do pai, em um abraço aconchegante. A sua pequena menina chegaria a qualquer momento. Aguardou-a arrependido e envergonhado de sua covardia. Estava nervoso à sua espera. Finalmente chegou. Emocionado, saiu correndo até ela, mas “havia uma pedra no caminho” que, ao tropeçar, deferiu-lhe um golpe mortal.
Maria Paula, Giovanna, Matheus e Leonardo.